St. Louis, mais uma vez
Com a recente história de controle imigratório nos EUA, voltou à tona uma história americana que muita gente gostaria de esquecer por sentimento de culpa ou constrangimento. Em 1939, um navio com 900 judeus, que fugiam dos nazistas, tentou aportar em terras americanas, em busca de asilo. O St. Louis foi impedido de ancorar por aqui. Tiveram que voltar para seu ponto de origem. No final, 250 de seus passageiros foram executados pelo regime nazista.
Os historiadores contam que vários fatores pesaram na decisão das autoridades americanas. A opinião pública, influenciada por “formadores de opinião”- sim, eles sempre existiram – achava que podia haver nazistas infiltrados que, mais tarde, poderiam causar danos aos americanos. Outros fatores foram também apontados, mas, lá no fundo, o que mais pesou foi o puro preconceito. Depois de estarem a uma distância curtíssima da salvação, da liberdade, do sonho de começar uma nova vida sem opressão, foram devolvidos a seu destino, que, como se sabe, foi muito cruel. Covardia, negligência, falta de visão, e outros fatores contribuíram para que essa barbaridade fosse cometida.
Como diz a sabedoria popular, a história se repete. Há poucos dias atrás, centenas de refugiados, que conseguiram esse status depois de um penoso e complexo processo exigido pelos americanos, acabaram sendo devolvidos para seus carrascos. Justificativa: medo de haver terroristas no meio deles.
Que Deus – qualquer que seja sua religião- tenha misericórdia deles. Mais uma vez o “St. Louis” vai voltar, dessa vez pelos ares. Os carrascos são outros, os que rejeitaram o socorro são os mesmos.
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