Um amor de bits e bytes
Já houve, num passado distante, o amor escravo, o amor com “dote”, e até o amor encomendado. O amor de conveniência, esse sempre existiu. Mais avançado, embora inconveniente, aconteceu, bem recente, o amor liberal. Continua à solta, pela sua própria natureza. O amor interrompido, cortado, divorciado, que antes existia escondido, agora anda às claras por aí. Às vezes é colorido, às vezes torna-se cinzento ao ponto de as coisas ficarem pretas. Hoje em dia existe até amor de ostentação, de um lado e de outro. Amor paixão, ainda há alguns, muito poucos, porém. Amor à distância quase não se vê mais. Já os de curta duração, são tantos que não cabem nesta relação.
Um dos mais modernos é o resultante dos sites de encontro. Todo estruturado, orientado, parece mais uma obra de consultoria. Dizem que é amor de verdade, estudado, baseado na lógica e na razão. Para ele, precisamos das máquinas, da Internet e um pouco de aplicação. Acho que é por isso que, antes de mais nada, nós amamos os computadores, passamos o dia todo com eles. Mas eles estão ficando cada vez mais espertos, mais sensíveis, mais humanos. Se hoje os amamos, um dia eles vão nos amar também. Ensinados e programados por nós. Mas, como sempre acontece, eles vão ficar melhores do que nós. Vão nos oferecer um amor perfeito, sem falhas, sem traição. É só fazer o “download”. Um amor, sincero, cibernético, sem cópia pirata. Estruturado em bits e bytes.
Quando isso acontecer, você saberá que, definitivamente, o futuro chegou.
oooooOOOOOooooo
Histórias do FuturoFlávio Cruz
Enviado por Flávio Cruz em 13/05/2015
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