Flávio Cruz

Esse estranho mundo...

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Quinto dos infernos

Quando alguém está com muita raiva de outra pessoa, manda que ela vá para o quinto dos infernos. É feio, mas  o indivíduo quando está nervoso, fala o que não deve. Essa expressão provavelmente já não está tão na moda como antigamente. De qualquer forma, ela é mais suave do que aquelas que xingam as mães. Elas, além de não terem culpa, são sempre maravilhosas, apesar dos filhos. Pelo menos é o que eu acho.
Existe muita gente que tem uma ideia errada a respeito da origem da expressão. Pensam que o quinto se refere, talvez, a um andar subterrâneo mais profundo e, portanto, mais “quente” do que os outros níveis do inferno. E quando xingam, inconscientemente estão desejando uma “queimadura” mais violenta para seu desafeto. Nada disso. A expressão vem da Era Colonial do Brasil, quando a Coroa Portuguesa cobrava 20% sobre o valor do ouro retirado das minas. Ou seja, um “quinto” do que se obtinha com a extração, ia para os lusitanos. O pessoal ficava furioso e, obviamente, tentava sonegar. Dá raiva mesmo pagar impostos, principalmente quando é para um outro governo. Aparentemente, o pessoal que lidava com o precioso metal, mandava os coletores buscarem o “quinto” nos infernos. Daí, por algum motivo, a expressão tornou-se “quinto dos infernos”. É verdade e dou fé, baseado em historiadores e linguistas.

Hoje em dia, o total dos impostos é muito mais do que isso, mas, por outro lado, ninguém acredita mais em inferno. Provavelmente os que devem impostos, ou usam palavrões mais modernos ou, simplesmente, pagam uma propina. Tudo muda, não é mesmo?
 
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Estranhas Histórias
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Flávio Cruz
Enviado por Flávio Cruz em 22/11/2014
Alterado em 22/11/2014
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