O futuro
Insensível, triunfante, o futuro chegou. Não esperou o passado passar, nem o presente se firmar. Agora, olhamos para ele, atônitos, tentando entender quando ele começou. Foi diferente dos futuros passados, esperados, calculados, controlados. No início, o passado passou por ridículo, diante da estonteante graça e excelência dos novos tempos. O inédito, de tão impressionante, ofuscou as relíquias e as preciosidades antigas, deixando-as subitamente esquecidas num antigo baú. O espaço abriu o infinito de sua arena, o minúsculo se dividiu em partes menores e as partículas tornaram-se particularmente interessantes.
Os mais novos nem conheceram o passado. Os mais velhos, alguns, mergulharam na nova ordem e nem olharam para trás. Outros, assustados, viajaram de volta para ele, para de lá não mais sair. Um contraste medonho, sem paralelo, sem referência anterior.
Agora, assustados e refeitos do primeiro impacto, muitos repensam. Tentam abrir o velho baú. Os novos, por curiosidade. Os mais velhos tentando achar onde o futuro estava escondido no pretérito. Quem sabe ele estava lá, disfarçado, e ninguém viu. O fato é que, agora, ele está indomável. Tudo controla, até aquilo que não devia ser controlado. Desvairado, arrogante, não sabemos onde ele vai parar...
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À procura de Lucas (Flávio Cruz)
Flávio Cruz
Enviado por Flávio Cruz em 19/06/2014
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