Flávio Cruz

Esse estranho mundo...

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Voyager: ela está indo embora
 
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Nasceu há 36 anos, em setembro de 1977, e nunca mais parou de viajar. Fez coisas incríveis. Cumpriu todas as missões que lhe foram atribuídas e muito mais.  Fotógrafa espetacular, enviou imagens maravilhosas dos anéis de Saturno e de Urano. Descobriu novas luas, tirou fotos de vulcões assombrosos em outros planetas.
Agora, a Voyager está partindo para uma viagem maior. Saiu do sistema solar e voa livre, numa velocidade fantástica rumo às estrelas. Tem um disco gravado com a representação de nosso corpo, tem composições musicais de nossos clássicos e vozes em 55 línguas, inclusive o nosso Português. Se algum extra-terrestre conseguir capturá-la, não vamos fazer fazer feio. Precisaremos mostrar quem somos, afinal.
Causa até emoção saber que ela está tão longe. Ela é nosso cartão de visitas nas estrelas, uma prova inconteste de nossa capacidade de realização, de nosso desenvolvimento.
Por outro lado, ela é a maior prova da antítese que é a nossa civilização. Saber que, de um lado existe essa incrível tecnologia, elaborada por cientistas maravilhosos e, de outro, que há seres humanos ridículos e medíocres, alguns que podem ser considerados simplesmente animais, é assustador. Como é possível, neste mesmo planeta, termos desenvolvido, dentro da mesma espécie, tão opostas criaturas?
Ainda bem que, quando algum ser mais avançado encontrar a nossa querida Voyager, só vai ver essas maravilhas que fizemos. Os nossos pecados e nossas idiotices terão ficado por aqui. Vai, Voyager, vai tocar as estrelas, vai alcançar as bordas do Universo...
 

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Flávio Cruz
Enviado por Flávio Cruz em 14/09/2013


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