Flávio Cruz

Esse estranho mundo...

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O paraíso da Terra


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A paisagem era tão diferente que, por um instante, você poderia pensar que era artificial ou virtual. Entretanto, era verdadeira. As árvores ao pé da montanha, ao longe, eram descomunalmente altas, e havia poucas folhas nelas. Dessa forma podia se ver  bem a casca quase vermelha de seu tronco e de seus galhos.  A relva era de um verde, que, em alguns pontos se aproximava muito do azul. Por se falar em azul, o céu era muito claro, bastante diáfono. E finalmente, o que realmente surpreendia, era o tamanho do sol. Seu diâmetro era pelo menos duas vezes maior que o normal.
Lá estavam os dois jovens, vestidos de túnicas brancas , conversando enquanto andavam pela estranha relva que, aliás, fazia um ruído quase imperceptível sob seus pés. Obviamente sua constituição era diferente de qualquer outra. A conversa era animada e os dois pareciam felizes. Ele tinha o rosto raspado, completamente liso,  e os  cabelos eram de um tom castanho claro. Parecia ter uns vinte anos, entretanto tinha, na verdade, mais de quarenta.  Ela tinha vinte e cinco mas parecia ter uns quinze. Cabelos loiros curtos, uma pele também absolutamente lisa e certamente era extremamente bela. Uma beleza diferente, teria de admitir.
Já estavam andando há uns trinta minutos e iam em direção às grandes árvores. Gesticulavam um pouco, riam, às vezes paravam por uns instantes. De repente, o firmamento, que já era muito mais claro do que o normal, ficou ainda mais claro. Muito mais claro. E então, pôde se ver um espetáculo realmente inédito, inesperado, praticamente surrealístico. Um segundo sol, pouco menor do que o primeiro, mas muito maior do que o da Terra, surgiu do lado noroeste, fazendo um ângulo de 45 graus em relação ao primeiro que já estava com mais de um terço da sua rota cumprida. Um espetáculo que nos deixaria sem palavras.
Os jovens, entretanto, mal prestaram atenção ao fenômeno. Era  um dia como outro qualquer para eles. Eles eram habitantes do planeta  Niverden, a 7 anos luz da Terra. Eles eram bisnetos dos primeiros moradores, que haviam chegado há mais de  400 anos, do nosso planeta. Vieram para colonizar o novo planeta e viajaram com mais trinta naves espaciais, com muito equipamento e suprimentos. Mais do que precisavam. Era um mundo extraordinário, muito melhor do que a Terra em recursos naturais.
Liev e Votran, os dois jovens, só conheciam a Terra através de relatos e de estudos que faziam em suas “escolas”. 
Niverden  era um mundo extraordinariamente  bonito, feliz, cheio de vida e riquezas.  A colonização tinha sido um sucesso.  Era, poderia se dizer, o paraíso da Terra.

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Flávio Cruz
Enviado por Flávio Cruz em 28/03/2013


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