Flávio Cruz

Esse estranho mundo...

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Perdão, um milhão de vezes, perdão
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Outubro de 2006. No dia 2, mais uma terrível tragédia Americana se desenvolve. Charles Carl Roberts entra na escola West Nickel Mines, numa cidadezinha da Pensilvânia, faz reféns e no final acaba matando 5 inocentes garotas, de 6 a 13 anos da comunidade Amish local.Teve a fineza de se matar após este terrível ato, evitando a dor e o constrangimento de um julgamento. Um advogado de defesa iria tentar provar que ele era louco, etc, com se todos nós já não soubéssemos. Sem querer ser cínico, a esta altura, este assassino, mesmo com atestado de loucura, deve estar queimando nos quintos. Matar por si só, apesar da banalidade com que este assunto é tratado hoje em dia, é o oposto extremo de humanidade, de civilização. No entanto, matar uma criança inocente, em uma escola, vai muito além da minha capacidade de descrever, de atribuir adjetivos. Matar cinco crianças é “infinitamente” cinco vezes pior, se é que isso é possível. Assolar desta forma uma pacifica comunidade Amish? Para isso nem ouso tentar uma explicação.
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A imprensa dos Estados Unidos e do mundo inteiro falou da tragédia, tentou explicar o inexplicável.
Muitas coisas absolutamente horríveis aconteceram e têm acontecido na história da América. Maldade inimaginável às vezes toma conta de lugares e comunidades de uma forma além do entendimento humano.
O absurdo foi tão grande que o destino resolveu suavizar a tragédia e nos dar uma lição difícil de se esquecer.O que acontece a seguir deixa-nos tão atônitos quanto o próprio crime. Aqueles pequenos corações mal haviam parado de bater, seu sangue ainda escorria pelas paredes e carteiras da escola, naquele mesmo dia, um dos pais das meninas estava admoestando os jovens para não terem ódio no coração, advertindo que “não devemos pensar com maldade sobre este homem.” Outro pai observa “Ele tinha uma mãe, uma esposa e uma alma e agora ele está diante de um Deus justo.”
Horas depois dos assassinatos um dos vizinhos do assassino “conforta” a família Roberts e extende seu perdão a eles. Membros da comunidade visitam e consolam a viúva, seus pais e sogros. Um amish abraça e conforta o pai de Carl Roberts por mais de uma hora.
Meu Deus, meu Deus, como este povo pode perdoar tanto??? Trinta Amish participam do enterro do assassino e a viúva do mesmo é convidada para o enterro de uma das meninas.
Quando vejo isto e comparo com bombas matando pessoas, assassinatos brutais por todo o mundo, desconfio que há uma balança cósmica tentando equilibrar o bem e o mal.
E agora que me perdoem os padres e os pastores que pregam sobre Jesus e sobre perdão ao longo destes 2000 anos depois de sua vinda. Juntando todos os sermões, todos os atos de perdão, juntando tudo, não conseguiremos explicação nem para um por cento do perdão concedido ali. Em dois mil anos não conseguiria sentir o que é perdão mais do que naquelas poucas horas da Pensilvânia.
E mais: se é verdade que algumas pessoas conseguem sentir a presença de Cristo quando estão em Jerusalém, com certeza sentiram sua falta lá durante algumas horas naquele dia, 2 de Outubro. Ele estava muito ocupado, perdoando, na Pensilvânia.

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Flávio Cruz
Enviado por Flávio Cruz em 03/04/2012
Alterado em 04/04/2012


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